Internos de Medicina da Estácio – Principais Doenças Ginecológicas na APS

UTILIDADE PÚBLICA:

Hoje, 25 de setembro de 2024, no Auditório da Estação Otics-Catete, os internos de medicina da Estácio se reuniram para discutir sobre: As Principais Doenças Ginecológicas na Atenção Primária de Saúde (APS) e suas complicações. Sob Orientação do Dr. Pavel Vigo, as internas de medicina, Sabrina de Brito e Vanessa Peres, discorreram sobre complicações comuns e doenças que podem ter um agravante na saúde da mulher.  As principais doenças ginecológicas na APS são aquelas que afetam com maior frequência as mulheres e têm um impacto significativo na sua saúde reprodutiva e geral. A APS desempenha um papel crucial na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas condições, além de ser um ponto chave para a orientação e o acompanhamento contínuo da saúde da mulher. A seguir, estão algumas das principais doenças ginecológicas que são comumente vistas na APS, suas complicações e possíveis agravantes.

                   

As vaginites e vulvovaginites são inflamações da vagina e vulva, geralmente causadas por infecções bacterianas, fúngicas, como a candidíase, ou parasitárias, como a tricomoníase. Essas condições são extremamente comuns e apresentam sintomas como corrimento, prurido, ardor e dor durante a relação sexual. Se não tratadas, podem predispor a outras infecções, como infecções do trato urinário e infecções ascendentes que podem atingir o útero e as trompas. Em gestantes, infecções vaginais não tratadas podem aumentar o risco de parto prematuro ou baixo peso ao nascer. Já a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma infecção dos órgãos reprodutivos superiores (útero, trompas de Falópio e ovários), causada principalmente por infecções sexualmente transmissíveis, como a clamídia e a gonorreia. O diagnóstico precoce na APS é essencial para evitar complicações graves, como a formação de abscessos, infertilidade e aumento do risco de gravidez ectópica. A recorrência também é comum em pacientes que não aderem ao tratamento completo. Se não tratada, a infecção pode evoluir para sepse, uma complicação grave e potencialmente fatal.

               

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino comum que afeta mulheres em idade reprodutiva, caracterizado por irregularidades menstruais, excesso de hormônios androgênicos e presença de cistos nos ovários. As mulheres com SOP têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares, sendo a infertilidade uma complicação frequente. O controle inadequado dos sintomas pode agravar condições metabólicas, como o aumento da resistência à insulina e o risco de síndrome metabólica. Os miomas uterinos, tumores benignos do músculo uterino, são prevalentes em mulheres em idade reprodutiva e, apesar de geralmente assintomáticos, podem causar dor pélvica, menstruações abundantes e infertilidade. Uma das complicações mais comuns é a anemia causada por sangramento uterino excessivo. Eles também podem interferir na capacidade de engravidar ou complicar a gestação, aumentando o risco de aborto espontâneo ou parto prematuro. O tamanho dos miomas pode crescer, especialmente durante a gravidez ou em condições de descontrole hormonal.

                     

A endometriose, caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero, geralmente na cavidade pélvica, causa dor intensa, irregularidades menstruais e, muitas vezes, infertilidade. As complicações incluem a formação de aderências pélvicas e obstrução das trompas de Falópio, dificultando a concepção. Em casos graves, pode afetar órgãos como intestino e bexiga e sem tratamento adequado, a dor pode se tornar crônica e a infertilidade pode exigir intervenções cirúrgicas. O câncer de colo de útero, uma das principais causas de mortalidade por câncer entre as mulheres, é causado principalmente pela infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), podendo ser detectado precocemente através do exame de Papanicolau. Se diagnosticado tardiamente, o câncer pode se espalhar para outras áreas do corpo, como linfonodos e órgãos pélvicos, tornando o tratamento mais complexo e menos eficaz. A falta de rastreamento regular e a ausência de vacinação contra o HPV aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da doença.

                    

A incontinência urinária, embora frequentemente associada ao envelhecimento, afeta mulheres de todas as idades, especialmente após o parto ou em mulheres que passaram pela menopausa. Pode levar a infecções urinárias de repetição e impactar negativamente a qualidade de vida devido ao constrangimento social e limitações nas atividades diárias. Se não tratada adequadamente, com exercícios específicos ou intervenções cirúrgicas, a fraqueza dos músculos pélvicos pode se agravar.

A atuação da APS é essencial para a detecção precoce, tratamento e encaminhamento adequado dessas doenças ginecológicas. A prevenção, através de práticas como o uso de preservativos, vacinação contra o HPV e acompanhamento regular por meio de exames como o Papanicolau, é fundamental para evitar complicações graves. Além disso, é crucial orientar as mulheres sobre a importância da adesão ao tratamento e do monitoramento contínuo, minimizando assim o impacto dessas condições na saúde geral e reprodutiva.