Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo

A cidade do Rio de Janeiro é pioneira no Brasil ao desenvolver um protocolo de calor, estabelecendo medidas específicas para cada nível de alerta. O sistema é baseado no Índice de Calor, que combina temperatura e umidade, além de considerar previsões meteorológicas, literatura científica e dados históricos de atendimentos médicos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio) atua conforme a gravidade do evento, desde a fase de preparação, sem impactos diretos, até a resposta emergencial e reabilitação em casos críticos para a saúde pública.

Com o aumento global das temperaturas, eventos extremos estão se tornando mais frequentes e severos. Em 2023, o Rio de Janeiro registrou as mais altas temperaturas médias desde 2003, e a tendência se mantém em 2024. Diante desse cenário, o protocolo visa proteger a população, especialmente os grupos vulneráveis, reforçando a comunicação, monitoramento e mobilização da rede de saúde conforme o nível de calor.

Os impactos do calor na saúde variam desde sintomas leves até situações graves. Entre os principais problemas estão o estresse térmico, desidratação e insolação, que podem ocorrer mesmo na sombra. Além disso, o calor excessivo pode provocar alterações metabólicas, afetando a pressão arterial e agravando doenças cardiovasculares. A baixa umidade também contribui para o ressecamento da pele e dos olhos, além de irritações nas vias respiratórias. O Centro de Inteligência Epidemiológica da Superintendência de Vigilância em Saúde da Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde (CIE/SVS/SUBPAV) realizou um conjunto de análises que resultaram em um estudo que define os limiares dos Níveis de Calor com base nos impactos à saúde. A pesquisa incluiu revisão científica, análise de dados meteorológicos da Alerta Rio, REDMET e INMET, e modelagem estatística das condições climáticas da cidade. Foram avaliados atendimentos na Rede de Urgência e Emergência, Atenção Primária à Saúde e dados de mortalidade, revelando um aumento significativo de agravos à saúde durante e após eventos de calor extremo. Essas análises fundamentaram o protocolo climático da Prefeitura do Rio de Janeiro.

A exposição prolongada ao calor extremo representa um risco elevado para grupos vulneráveis, que podem sofrer complicações mais graves. Idosos, crianças, gestantes, Portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e pessoas em situação de rua estão entre os mais afetados. Além disso, trabalhadores expostos ao sol, como vendedores ambulantes e operários da construção civil, e desportistas que praticam exercícios intensos no calor precisam redobrar os cuidados para evitar a desidratação, insolação e outros problemas de saúde relacionados à alta temperatura.

Os cuidados variam conforme o grupo, mas algumas medidas são essenciais para todos: manter-se hidratado, evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes, buscar locais ventilados e monitorar sinais de desidratação ou mal-estar. No caso dos idosos, a oferta de água deve ser constante, pois a percepção da sede pode estar reduzida. Para crianças, atenção redobrada aos sinais de irritabilidade e fadiga. Gestantes devem evitar esforços excessivos e manter a hidratação, enquanto pessoas com doenças crônicas devem seguir corretamente a medicação e evitar mudanças bruscas de temperatura. Diante desses riscos, é essencial que a população adote medidas de prevenção, como hidratação constante, uso de roupas leves e a busca por locais frescos nos dias mais quentes. A Prefeitura do Rio reforça a importância da informação e da rápida resposta dos serviços de saúde para minimizar os impactos do calor extremo, garantindo mais segurança e bem-estar para todos.

Fonte: Prefeitura.Rio