18/05 Dia Nacional de Luta Antimanicomial

Segunda-feira, 18 de maio, é Dia Nacional de Luta Antimanicomial, movimento iniciado na década de 1970 no contexto da Reforma Psiquiátrica e da reivindicação por uma sociedade sem manicômios. Mais do que propor uma modificação no modelo de cuidado, a força da Luta Antimanicomial está em tentar transpor barreiras do imaginário social como o preconceito contra o adoecimento mental, a fim de promover uma profunda transformação na visão que a sociedade tem da loucura e afirmar a cidadania das pessoas em sofrimento psíquico.

A luta antimanicomial busca a superação do modelo manicomial, que historicamente tem sido marcado pela exclusão, violência e desrespeito aos direitos das pessoas em sofrimento psíquico. Os manicômios representaram espaços de segregação, onde as pessoas eram privadas de sua liberdade e submetidas a tratamentos cruéis e desumanos. O movimento antimanicomial, no entanto, busca a construção de uma sociedade mais inclusiva e solidária, que acolha as diferenças e promova a autonomia e a cidadania das pessoas com transtornos mentais.

Em outubro do ano de 2021, o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira deu alta aos seus últimos internos. O terreno do velho hospício deu lugar ao Bosque Dona Ivone Lara, hoje um local de lazer e encontros para os moradores do Engenho de Dentro e arredores.  Consolidou-se como referência na promoção da saúde mental por meio da arte, cultura, esporte, lazer e oficinas de geração de renda. A unidade hoje inclui o Museu de Imagens do Inconsciente, o Memorial da Loucura do Engenho de Dentro e o Espaço Travessia, abrigando um importante acervo histórico aberto ao público, composto por documentos, livros, prontuários, móveis e obras artísticas que retratam os 110 anos da instituição e a própria história da psiquiatria no Brasil.

                    

                   

                   

No ano de 2022, foi fechado o Instituto Juliano Moreira, último manicômio em atividade na cidade! O ato foi um marco histórico na luta antimanicomial do Rio de Janeiro e do Brasil. Com o fechamento da unidade, centenas de pacientes iniciaram o processo de reintegração à sociedade, retornando ao convívio familiar, morando sozinhos ou passando a viver em residências terapêuticas mantidas na cidade Rio, todos com o devido suporte psicossocial.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades para acolhimento às crises em saúde mental, atendimento e reinserção social de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e/ou com transtornos mentais decorrentes do uso prejudicial de álcool e/ou outras drogas. A cidade do Rio de Janeiro conta com 33 unidades do tipo de gestão municipal.

           

Ainda há muito a ser feito pela saúde mental. Este dia nos faz lembrar das conquistas realizadas e também nos faz pensar no que pode ser melhor na promoção da saúde mental. Viva a luta manicomial!