O Dia Mundial do Câncer de Ovário, celebrado em 8 de maio, é uma data fundamental para alertar a sociedade sobre uma das doenças ginecológicas mais sérias que afetam mulheres em todo o mundo. Criada em 2013 por iniciativa da organização britânica Target Ovarian Cancer, a data reúne instituições internacionais e locais com um objetivo comum: aumentar a conscientização sobre os riscos, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce.
Em 2023, o tema da campanha global é “Nenhuma Mulher Fica Para Trás”, dando continuidade a um movimento de três anos que busca garantir que todas as mulheres — inclusive aquelas em regiões com menos acesso à informação e à saúde — tenham conhecimento sobre sinais da doença, formas de rastreamento e acesso ao diagnóstico e tratamento.
O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, perdendo apenas para o câncer de colo do útero. Segundo dados do GLOBOCAN 2020, projeta-se um aumento preocupante de 42% nos casos diagnosticados e de 50% nas mortes causadas pela doença até 2040. Esses números refletem o desafio de um diagnóstico que, infelizmente, costuma ser tardio — apenas cerca de 20% dos casos são identificados nas fases iniciais, quando há maior chance de cura.
Entendendo o Câncer de Ovário
A maioria dos tumores ovarianos (cerca de 95%) se origina nas células epiteliais que revestem o ovário. Os demais se desenvolvem a partir das células germinativas (que formam os óvulos) ou estromais (que produzem hormônios).
Sintomas comuns incluem:
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Inchaço ou dor abdominal persistente
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Desconforto pélvico ou lombar
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Alterações intestinais ou urinárias
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Náusea, indigestão, perda de apetite e fadiga
Esses sinais muitas vezes são vagos ou confundidos com problemas gastrointestinais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por isso, é essencial procurar orientação médica se os sintomas forem persistentes.
Diagnóstico e Tratamento
A detecção precoce pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, especialmente em mulheres com sintomas ou com maior risco. O tratamento normalmente envolve cirurgia e/ou quimioterapia, sendo definido com base no tipo e estágio do tumor, além da saúde geral da paciente.
Prevenção e Fatores de Risco
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer de ovário, como:
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Idade avançada
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Histórico familiar de câncer de ovário, mama ou colorretal
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Mutações genéticas (como BRCA1 e BRCA2)
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Infertilidade ou ausência de gravidez
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Primeira menstruação precoce e menopausa tardia
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Excesso de peso corporal
Por outro lado, o uso de contraceptivos orais e a maternidade parecem ter efeito protetor.
Cuidados Essenciais
Mulheres, especialmente a partir dos 50 anos, devem realizar consultas ginecológicas regulares e ficar atentas a alterações no corpo. Conhecer seu histórico familiar e conversar com o médico sobre possíveis exames de rastreamento também são passos importantes para cuidar da saúde.
Fontes:
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Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
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Instituto Nacional de Câncer (INCA)
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International Gynecologic Cancer Society
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PACE Hospitals